Janis, suas referências e eu
Janis Joplin foi considerada pela revista Rolling Stone um dos cem nomes mais importantes da música mundial
Lembro do dia em que a conheci. Um amigo chegou lá em casa com um vinil, “The Best Of” ou algo assim. Na foto da capa uma mulher com roupas hippies, penas na cabeça sentada num carro colorido. “Meio ridícula”, foi o que disse a este amigo que na hora retrucou: “só escuta”. Ah! A adolescência... mal sabia eu que em pouco tempo estaria me vestindo da mesma maneira.
Coloquei o disco para tocar sem muita expectativa. Nas primeiras notas de “Cry Baby” desabei. No final daquela faixa queria cantar inteira, com todo meu corpo, assim como ela fazia. Ainda não conhecia sua história, mas sua voz potente e rasgada me contava cada detalhe: suas dores, angústias, raiva, alegrias. Passei a escutá-la dia e noite.
Janis Joplin nasceu em 19 de janeiro de 1945. De família conservadora, ouvia escondida o jazz e o blues, este último, seu gênero favorito. Bessie Smith foi sua maior referência entre tantas outras como Aretha Franklin, Billie Holiay e Big Mamma Thornton que inspiravam seu canto único e visceral. Artistas que passei a conhecer e admirar anos depois por causa de Janis. Foi considerada pela revista Rolling Stone um dos cem nomes mais importantes da música mundial. Joss Stone e Cássia Eller prestaram suas homenagens à maior cantora de rock dos anos 60 em versões de “Peace Of My Heart” e “Mercedes Benz”.
Em sua curta carreira, já que morreu aos 27 anos vítima de overdose de heroína e álcool, gravou apenas quatro álbuns. Ainda assim continua influenciando gerações de músicos que, assim como eu, têm o desejo de expressar o que permeia o fundo de suas almas, não só por conta de sua voz marcante, mas também por sua postura empoderada e história de vida.
Fran Duarte
Cantora de soul e blues, compositora e preparadora vocal desde 1991.