Insistir ou desaprender?
Como sabermos quando é hora de insistir, e quando é hora de parar e simplesmente desaprender?
Desaprender, em primeiro lugar, não deixa de ser um “modo de insistência”: na medida em que desaprender é incremental, é preciso que saibamos insistir em ‘esvaziar’ a cada dia um pouco da caixa.
Mas como, de fato, saber interpretar o momento que estamos vivendo? Como decidir se é hora de fazer um pouco diferente ou insistirmos em fazer exatamente as mesmas coisas?
O filme “Wall Street – o dinheiro nunca dorme” brinca com uma suposta definição de insanidade: querer resultados diferentes continuando a fazer, repetidamente, as mesmas coisas.
Mas muitas vezes vivemos momentos em que é preciso acreditar e insistir. Mesmo diante de opiniões contrárias: Haim Saban, criador dos Power Rangers, imigrante egípcio que se estabeleceu em Israel sete décadas atrás, costuma dizer: “sempre que alguém me aconselha ‘não faça isto’, eu penso: devo estar diante de uma ideia valiosa!”. Ele terminou vendendo sua empresa para a Disney por US$ 5.3 bilhões.
O que conta, em resumo, é estar aberto a escutar livremente, ouvir sem o rigor da ortodoxia, e sobretudo escutar pelo lado de dentro.
Lembrando, sempre, que insistir sem desaprender é como desaprender sem insistir. Um desperdício, no fim das contas: de tempo e de criatividade.
Cassio Grinberg, ex-skatista, consultor estratégico de grandes empresas e autor do livro Desaprenda