A década do rock não tem fim
Quando recebi o convite do Marcelo [Viegas] para escrever algo sobre A década do rock, na hora veio uma enxurrada de pensamentos: infância, adolescência e fase adulta à base de muito rock and roll. Os visuais, os videoclipes e as músicas da maioria das bandas desse livro permearam (e ainda transpassam!) a minha vida, e não foram raros os momentos em que me peguei rindo de forma nostálgica, lembrando das capas de discos que outrora tive e dos clipes a que assistia na TV. #SaudadeFúriaMetal e #SaudadeClássicosMTV
Dentro dessa lembrança sônica e dos visuais à base de muita Lycra e laquê, um momento que me deu um aperto no peito: Eddie Van Halen se fora. E logo no dia em que eu havia recebido os primeiros textos do A década. Parecia um prelúdio da vida, que diz que nada é 100% perfeito. Ying e Yang, saca? Nada é bom por inteiro nem totalmente mau. Onde tem alegria existe tristeza e vice-versa. R.I.P, my dear Mr. Halen, and thank you a lot.
A década do rock traz caras e bocas de umas figuras que dão vontade de ter como melhor amigo, vizinho ou tio. Já se imaginou sendo filhote do Ozzy? Prima da Joan Jett? Ou irmã do Dee Snider? Eu não precisaria mais comprar maquiagem. Oh, Yeah! As fotos e os textos também parecem saltar aos olhos. É muita cor, irreverência aos montes e talento demasiado. Quanto mais a gente vê as fotos, mais lê sobre os ídolos, mais tem vontade de ter mais registros. Um Tomo II seria bem-vindíssimo!
Doeu fazer esse trampo, por não ter mais tanta gente boa por aí fazendo um som de qualidade, deixando a gente com água na boca pelo próximo álbum a ser lançado. Mas ao mesmo tempo que doía tanto, esse trabalho também foi feito com muita paixão. E uma paixão que aumentava à medida que via cada imagem, figurino, registro de shows e momentos despretensiosos dessa gente que faz os dias da gente ficar mais sonoramente interessantes.
Foram horas de inspiração com Ozzy, Guns, Mötley Crüe, Van Halen, Twisted Sister e Judas Priest no talo no headphone. Foram memórias de monte chegando, empurrando pra sair da minha cabeça e dizendo: “Bora, colega, a década do rock tá só começando, e você vai fazer parte dela de alguma forma”.
Obrigada, Guns, por ter me apresentado à minha melhor amiga. Obrigada, Van Halen, por ter deixado meus dias mais ensolarados nas férias pela praia. Obrigada, Ozzy, por ter me feito embarcar no crazy train sem volta do rock and roll.
Jaqueline Kanashiro é jornalista de formação, preparadora e revisora de texto, baixista, devoradora de livros e música, escritora de contos de terror e histórias infantis, louca dos gatos e adoradora do rock and roll.
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Sabia que a gente criou uma playlist baseada no livro A Década do Rock?
As músicas foram escolhidas pelo nosso editor parceiraço Marcelo Viegas.
CLICA AQUI para escutar!